Diz-me: _ quero-te; feliz
Natal!
E a minha mirada perde-se
no horizonte. Atravessa a excelsa luminária da cidade. Inúmeros
sáurios vagam entre lâmpadas de cores, povoam as frias ruas de
dezembro. Observam a celeridade das pessoas entrando e saindo dos
centros comerciais. Entretanto, na banda escura, na invisibilidade,
as bágoas decorrem os pómulos dos que dormem ao rocio, entre
paredes rotas, descalços…
A iluminação cega-nos,
prostra-nos nas aras duma urbe fictícia, vazia.
E tu, diz-me: _ quero-te,
feliz Natal!
E eu abraço-te, contenho
as lágrimas e respondo:
_ Sim, quero-te; feliz
Natal!
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