sábado, 22 de dezembro de 2018

Conto de Natal


Diz-me: _ quero-te; feliz Natal!
E a minha mirada perde-se no horizonte. Atravessa a excelsa luminária da cidade. Inúmeros sáurios vagam entre lâmpadas de cores, povoam as frias ruas de dezembro. Observam a celeridade das pessoas entrando e saindo dos centros comerciais. Entretanto, na banda escura, na invisibilidade, as bágoas decorrem os pómulos dos que dormem ao rocio, entre paredes rotas, descalços…
A iluminação cega-nos, prostra-nos nas aras duma urbe fictícia, vazia.
E tu, diz-me: _ quero-te, feliz Natal!
E eu abraço-te, contenho as lágrimas e respondo:

_ Sim, quero-te; feliz Natal!

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