quinta-feira, 29 de maio de 2014

1º premio no II Certame de Poesía "Manuel María"


Ás veces, tamén é verdade
que me perdo entre as memorias
Adoito mirar cara o bosque
e transfórmome nunha amoria 
con sinais de peteiradas nas coxas
Cerro os ollos e ouzo, coma nun soño
o son dun peto entre os carballos


A Casa de Galicia en Gipuzkoa



Poema pertencente ao conxunto de poemas " O lánguido ocaso dunha dalia"
gañador do II Certame de Poesía en Lingua Galega "Manuel María".
 Convocado por A Casa de Galicia en Gipuzkoa, 24 de maio-2014

domingo, 4 de maio de 2014

Roteiros dum corpo (de "Espelho de mim mesma)

Uma das obras de Luís Viñas para o  livro "Espelho de mim mesma"























Um sonho fica acovilhado, aleuto
tenro
não lhe interessa morar na sombra
está prendido entre a pinça rosa do meu pelo
e os teus olhos
Brama coma o brusco ar
que bate na surpreendida janela
Pega nos ouvidos com fúria
e xordem desejos dormidos
ocultos trás a penumbra
Plasmam rotas de acessibilidade
cara a contorna acesa
interlinhadas beirarrúas
abraçam-nos
espetam os nossos corpos
nas imensas paredes
nos verticais perpianhos
dos húmidos edifícios de janeiro
Coma tatuadas sombras numa noite
na que todo semelha possível
Enriba dos ombreiros
uma predição traça-nos linhas impercetíveis
abstratos grafites
abrem a luz na deserta avenida
que só é visível para nós
A lua acaricia o lácio cabelo
escuro
Levemente
eletrificam-se os valados que nos habitam
e espertam borboletas nos nossos lábios