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Uma das obras de Luís Viñas para o livro "Espelho de mim mesma" |
Um sonho fica acovilhado, aleuto
tenro
Já
não lhe interessa morar na sombra
está
prendido entre a
pinça rosa do meu pelo
e
os teus olhos
Brama
coma o brusco ar
que
bate na
surpreendida janela
Pega
nos ouvidos com
fúria
e
xordem desejos
dormidos
ocultos
trás a penumbra
Plasmam
rotas de
acessibilidade
cara
a contorna acesa
interlinhadas
beirarrúas
abraçam-nos
espetam
os nossos
corpos
nas
imensas
paredes
nos
verticais perpianhos
dos
húmidos edifícios de
janeiro
Coma
tatuadas sombras numa
noite
na
que todo semelha
possível
Enriba
dos
ombreiros
uma
predição traça-nos linhas
impercetíveis
abstratos
grafites
abrem
a luz na deserta avenida
que só é
visível para nós
A
lua acaricia o
lácio cabelo
escuro
Levemente
eletrificam-se
os valados que nos habitam
e
espertam borboletas nos
nossos
lábios